quarta-feira, 2 de abril de 2008

Alimentação...entrevista

Foi publicada recentemente uma entrevista na revista notícias magazine, que nos suscitou interesse e na qual foram abordados vários temas no ambito da alimentação. Uma entrevista a Pedro Moreira, Professor da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto.

"A comida saudável é mais cara?
Um estudo de investigadores franceses e norte-americanos avaliou em França o que acontecia ao custo da alimentação se as pessoas substituíssem uma determinada quantidade de energia por mais cem gramas de hortofrutícolas e o que se concluiu foi que essa substituição se traduzia num maior custo. Claro que dentro da disponibilidade imensa de alimentos, há peixes mais baratos e peixes mais caros. Mas, realmente, falando em termos médicos, constata-se que a procura dos hortofrutícolas se traduz numa maior despesa na alimentação.

A gordura, o açucar, o sal, são sempre maus?
Há diferentes classes de gorduras. As que funcionam com piores resultados em termos de doença cardiovascular são as saturadas que são prevalentes nos mamiferos. As mono-insaturadas - azeite, carne de aves - e poliinsaturadas - peixe e óleos vegetais - podem ser mais interessantes do ponto de vista da saúde. Se quisessemos fazer uma hierarquia do que seria desejável em termos de alimentação, aconcelhariamos peixes e aves mais frequentemente do que carnes e mamiferos. Por outro lado, é consensual que a fritura é uma das formas menos saudáveis de cozinhar porque quando se frita aumenta-se o risco de gerar compostos com efeitos indesejávies para a saúde e tende a subir o valor energético do alimento. Uma batata cozida tem 0 g de gordura, quando se frita em casa pode aumentar para cerca de 7g de gordura por cada 100, e quando se compra em pacote, resultante da fritura industrial, pode ter cerca de 38 g de gordura por cada 100.

Segundo um estudo recente, as dietas para emagrecer não adiantam nada porque a curto ou a médio prazo recupera-se novamente o peso. É assim?
O emagrecimento engloba dois ciclos, um que pode nem ser muito difícil, que é o da perda de peso, e outro que é o da manutenção do peso que se atingiu. Se pensarmos que muitos dos tratamentos que estão disponíveis só contemplam a primeira parte, poderá ser mais fácil voltar a ganhar peso e não conseguir sair daqueles ciclos de perda e ganho de peso. É claramente um assunto difícil, que exige um tratamento especializado com colaboração de profissionais diferentes, mas também reconhecidamente possível."

Estas e outras questões de interesse poderam ser lidas nesta entrevista, que queriamos partilhar convosco.

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